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CÂNCER DE BOCA É O 5º MAIS COMUM ENTRE HOMENS NO BRASIL E CRESCE POR FALTA DE PREVENÇÃO

O câncer oral ou de boca envolve a região dos lábios e a cavidade bucal e o uso do tabaco e do álcool são  os principais fatores de risco da doença.



O cigarro e o álcool, além de potencializar o aparecimento de várias doenças, são os principais fatores de risco de câncer de boca – doença agressiva que pode mutilar o rosto e matar.
No Brasil, este é o quinto tipo de câncer mais comum entre os homens. Dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) estimam que surgirão 14.120 novos casos de câncer de boca no país somente em 2010, dos quais 10.330 em homens e 3.790 em mulheres.
Os homens são as principais vítimas, pois costumam fumar e beber mais. No entanto, com a mudança de hábitos, a doença também se alastra entre as mulheres. Atualmente é o sétimo tipo de câncer mais comum entre elas. Em 2007, era o oitavo.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 43% das mortes por câncer em todo o mundo são causadas pelo consumo do tabaco, do álcool, por maus hábitos alimentares e de estilo de vida e infecções.
O câncer oral ou de boca envolve a região dos lábios e a cavidade interior da boca. Isto é, podem afetar as bochechas, língua e embaixo dela (assoalho), o céu da boca (palato duro) e as amídalas. Em casos mais extremos, quando há metástase, pode chegar à região da orofaringe (pescoço) e subir para o rosto.

Segundo Teresa Márcia Nascimento de Morais, consultora da Associação Brasileira de Odontologia, quem fuma tem 25 vezes mais chance de ter doenças na boca do que os não fumantes, o que pode piorar com a ingestão de bebidas alcoólicas.
Isso acontece porque o tabaco e o álcool causam alterações nas células da mucosa da boca e da pele, capazes de acelerar o crescimento das células cancerígenas e aumentar as chances de lesões e tumores.
Quem deve detectar essa anormalidade é o cirurgião dentista, após biópsia. Teresa orienta a procurar um deles ao perceber ferida, nódulo, lesão ou manchas avermelhadas, escuras ou esbranquiçadas na boca, que não cicatrizaram em uma semana.

Prevenção
A lógica da prevenção é a mesma de outros tipos de câncer. Quanto antes identificado, melhor, pois isso pode evitar o tratamento com quimioterapia e radioterapia, e aumentar as chances de cura, explica a dentista.
- Quando o câncer é detectado nos estágios mais avançados, a pessoa pode perder completamente áreas expostas da face, como o nariz, queixo, olho, orelhas. É um tratamento que mutila e impede o convívio social.
Se tratado logo no início, a chance de cura chega a quase 80%, segundo dados da OMS.
A exposição ao sol sem proteção também aumenta as chances de adquirir o câncer de lábios, o carcinoma de boca mais comum entre os brasileiros. Segundo a cirurgiã dentista Denise Abranches, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que trabalha no setor de Estomatologia (especialidade que estuda doenças da boca) do Hospital São Paulo, pessoas que trabalham ao ar livre, como garis, trabalhadores rurais e motociclistas, costumam ser vítimas. A falta de informação, segundo ela, ajuda na descoberta tardia do diagnóstico.
Pesquisas internacionais já associaram a prática do sexo oral ao câncer de boca. No entanto, os especialistas consultados pelo R7 afirmam que isso não é comprovado.
Para orientar a população, Denise e sua equipe desenvolveram um site com dicas de prevenção ao câncer de boca que mostra o quanto a ação do paciente influencia de forma decisiva para evitar o problema.
- Deixar de fumar, beber, usar o protetor solar labial e ir ao dentista a cada seis meses são as medidas principais. Mas manter uma dieta saudável e evitar o uso de próteses e dentes que machucam a mucosa também são medidas preventivas eficazes, além do  autoexame na boca.
O autoexame é indicado para homens e mulheres acima de 40 anos, fumantes e usuários de bebida alcoólica. Veja como fazê-lo no vídeo abaixo, elaborado pela equipe da Unifesp.

Tratamento
O tratamento do câncer de boca é multidisciplinar, ou seja, depende da ação conjunta do dentista e do cirurgião de cabeça e pescoço, além do apoio de fonoaudiólogo e mesmo de um psicólogo, quando a cirurgia deforma o rosto do paciente. Segundo Onivaldo Cervantes, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, o procedimento adotado no tratamento depende da gravidade do tumor, ou seja, se é inicial (menor de 4 cm), médio (até 4 cm) e avançado (acima de 4 cm).
Nos casos mais simples, a cirurgia pode acabar com a doença, ao retirar o tumor. No entanto, se há presença de tumor na região cervical (pescoço), é necessária a cirurgia para retirada, conhecida como esvaziamento cervical, se houver chance dele se espalhar.
Quando o câncer se espalha, a cirurgia de retirada pode significar a remoção de algumas partes da face, deixando o paciente literalmente mutilado. Por isso, muitas vezes a operação envolve a necessidade de reconstituição facial feita pelo próprio cirurgião dentista e, em alguns casos, com auxilio do cirurgião plástico.
Após essa cirurgia, é comum o paciente ter dificuldades de fala, sanadas com orientação de um fonoaudiólogo. Um psicólogo pode ser necessário também.
- Em casos de cirurgia radical, quando o tumor se espalha, pode acontecer de ser retirada toda a língua, o lábio, axila. São partes que serão reconstruídas com músculo retirado de outras partes do corpo e enxertos. Usamos também a fíbula para refazer a mandíbula ou próteses.
Vale lembrar que durante o tratamento, o paciente pode ter dificuldade ou mesmo ficar impossibilitado de comer. Por vezes pode ser alimentado por uma sonda ligada entre o nariz e o estômago ou outra ligada diretamente ao órgão. Nos casos extremos, o paciente pode morrer de desnutrição. O corpo desnutrido e debilitado por um tumor também aumenta as chances de morte.

Fonte:Camila Neumam, do R7



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